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segunda-feira, 17 de março de 2014

PERIGO: Posto de Resfriamento do RS Fraudava Leite Com Formol e Soda Cáustica !



Segundo investigação, 300 mil litros de leite com formol foram a SP e PR.Proprietário de posto de resfriamento do produto foi preso em Condor (RS).










O Ministério Público apreendeu 600 quilos de soda cáustica no posto de resfriamento investigado por adulteração de leite em Condor, no Noroeste do Rio Grande do Sul. O produto foi recolhido na manhã desta sexta-feira (14), na quarta fase da Operação Leite Compensado, que investiga fraudes no produto. O dono do posto foi preso. Segundo o MP, 300 mil litros de leite adulterado foram enviados a Guaratinguetá, em São Paulo, e Lobato, no Paraná, e colocados à venda. De acordo com a LBR, responsável pelas duas marcas, os lotes suspeitos foram retirados do mercado.
É a quarta operação em 10 meses que flagra o esquema no Rio Grande do Sul. O MP relatou ainda flagrantes do transporte de leite no interior do estado, que ocorria de forma irregular e sem higiene. O produto era removido das pequenas propriedades rurais em um caminhão. Em um posto de combustíveis de Entre-Ijuís, transportadores retiravam o leite para transferir a outro veículo maior. Responsável pela investigação, o promotor Mauro Rockebach alertou para os perigos do consumo do produto. “O perigo é da comunidade, da sociedade, não é da indústria. Tamanha a desfaçatez com a saúde da população. Está sendo avisada a indústria que o leite está com uma substância cancerígena, ela omite a informação, manda para consumo, se nega a retirar da oferta”, afirmou o promotor durante entrevista coletiva.
Segundo o MP, o produto adulterado foi entregue à LBR, de Tapejara, empresa de laticínios que enviou o produto para suas unidades em Guaratinguetá, SP (100 mil litros) e Lobato, PR (199 mil litros). O leite adulterado enviado para São Paulo foi embalado com a marca Parmalat. O produto enviado para o Paraná foi embalado com a marca Líder.
Os lotes do produto não foram divulgados, mas os consumidores podem observar as datas de fabricação das duas marcas: 13 e 14 de fevereiro, para leite longa vida. Por meio de nota, a empresa LBR disse que submeteu as amostras a diversos testes, sem constatar contaminação (veja a nota abaixo).
Soda cáustica foi apreendida no posto de resfriamento de leite no RS (Foto: Reprodução/RBS TV)Soda cáustica foi apreendida no posto de
resfriamento de leite (Foto: Reprodução/RBS TV)
O dono do posto de resfriamento começou a ser investigado há um mês, quando foram coletadas 53 amostras de leite cru armazenadas no posto de resfriamento. Documentos repassados pelo Ministério da Agricultura constataram que 12 amostras apresentaram a presença de formaldeídos (formol).
Em fevereiro, as empresas Campezina e LBR foram notificadas pelo MP, Ministério da Agricultura, após análises em laboratórios. A Campezina atendeu ao pedido e não comercializou os produtos. Já a LBR, que responde pelas marcas Parmalat e Líder, enviou o leite adulterado para o mercado.
Além de Condor, a operação é realizada nas cidades de Ijuí, Santiago, Santo Augusto, São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo, Panambi e Tupanciretã, na Região Noroeste e nas Missões, onde são cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão. Promotores também fiscalizaram um posto de combustíveis de Entre-Ijuís onde transportadores faziam a troca do produto de um caminhão para outro, sem condições de higiene. A ação tem apoio da Polícia Civil e Brigada Militar.
Posto de resfriamento de leite foi alvo de operação do MP do RS (Foto: Divulgação/Ministério Público)Posto de resfriamento de leite foi alvo de operação
do MP do RS (Foto: Divulgação/Ministério Público)
Operação foi desencadeada em 2013
Em maio do ano passado, o órgão desencadeou a primeira edição da Leite Compensado. As investigações revelaram um esquema que adulterou mais de 100 milhões de litros do produto. O MP descobriu que transportadores estavam adicionando água e ureia, substância usada para disfarçar a perda nutricional e que contém formol em sua composição, ao leite cru, no caminho entre a propriedade rural e a indústria.  Com isso, conseguiam aumentar os lucros em até 10%.

Embora a Justiça tenha condenado seis pessoas em dezembro de 2013, a adulteração de leite continuou no estado. Desde o ano passado, foram descobertos três núcleos de adulteradores de leite, em seis municípios gaúchos: Ibirubá, Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Horizontina, Guaporé e Três de Maio.
Veja a íntegra da nota da LBR Lácteos
"A LBR Lácteos Brasil SA tomou conhecimento em 25 de fevereiro de 2014 da possível contaminação na matéria-prima de um fornecedor, que fora recolhida pelo Ministério da Agricultura em 10 de fevereiro de 2014 nas dependências deste fornecedor. Assim que tomou conhecimento da possível contaminação na matéria-prima, utilizada na fabricação de seus produtos, decidiu como medida preventiva, mesmo sem ter identificado anormalidades nos sucessivos testes realizados, recolher os lotes de leite UHT do mercado.

Esta matéria-prima foi recebida na unidade de Tapejara (RS) e depois de ser aprovada em todos os testes de qualidade previstos na legislação, foi enviada para processamento nas unidades de Lobato (PR) e Guaratinguetá (SP), que são abastecidas rotineiramente por leite originado no Rio Grande do Sul. Nestas unidades, foi novamente submetida aos testes exigidos pela legislação sem a detecção de qualquer anormalidade e foi utilizada na fabricação de leite UHT, nas 24 horas após o seu recebimento. Todos os produtos expedidos passaram novamente pelos mesmos testes, conforme o procedimento interno da empresa de dupla checagem para a garantia total dos produtos.
Tendo recebido no dia 28 de fevereiro a ordem recolhimento cautelar do leite UHT fabricado em Lobato (PR), a LBR decidiu como medida preventiva, mesmo sem ter identificado anormalidades nos sucessivos testes realizados, recolher do mercado os lotes deste leite UHT, que também foi enviado para a análise oficial do Ministério da Agricultura. E ainda, preventivamente, enviou amostras do mesmo lote ao Laboratório Credenciado do MAPA para análises externas, que atestaram a qualidade do produto, validando todos os testes internos. Estes lotes estavam distribuídos em cidades do estado do Paraná. A coleta das amostras pelo MAPA ocorreu apenas no dia 13 de março.
No caso da fábrica de Guaratinguetá (SP), o Ministério da Agricultura, por solicitação da empresa, recolheu amostras do leite UHT produzido e procedeu a realização de análises em laboratório oficial, análises estas que resultaram negativas para a presença da substância Formaldeído, estando portanto o lote de produtos apto para o consumo, conforme laudo em poder da empresa. Apesar disso, ao receber a ordem de recolhimento cautelar do Ministério da Agricultura no dia 11 de março de 2014, também procedemos ao imediato recolhimento dos produtos encontrados no mercado.
A empresa considera assim, que cumpriu com todos os procedimentos exigidos pela legislação e observou as cautelas aplicáveis ao caso. A LBR reforça seu compromisso com a qualidade e o respeito com os consumidores. A empresa realiza permanente controle no recebimento de matéria-prima e em todo o processo produtivo, seguindo os mais altos padrões de qualidade, de forma a garantir a integridade dos produtos que disponibiliza aos consumidores de suas marcas"


 

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